Barbado Procura

>> 25 de agosto de 2009

Dentre alvéolos espinhosos de amargura
Encontro-me perdido e emancipado da ternura.

Eu, que bravo me desloco pelas ruas,
desbraveando velhas conjecturas,
despindo o pudor das tanajuras,
vou sofrendo pela falta e pela usura.

Mas há de se saber que o que passo agora,
bem ou mal, é fruto de razões de outrora.

Eu, que quando casto, elogiava seu alçado
passo enevoado e sua altiva beleza.
Sofria calado, cultivando saliva, tempo e espaço
para beijar vossos pés, ó realeza.

Quando muito lhe dizia, lhe pedia desesperado,
dai-me uma chance meu amor querido,
dai-me o tempo que te dou o mundo,
dai-me um beijo, que te arranjo o tudo.

Um velho. Hermético. Decrépito. Fajuto e sem amor.
Deste protótipo de homem, foi o que restou.

3 Junte-se:

LG, o eletrodoméstico 25 de agosto de 2009 às 11:31  

Agora releiam e imaginem Michel Melamed, como DomCasmurro recitando isso.

dietrich 25 de agosto de 2009 às 23:48  

reli e releio.=]

quase um soneto.

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