des a tino

>> 21 de agosto de 2009

Um papo assim meio furado, vazado. Desses que começam com...

A:...Eu queria mesmo era ser poeta.

B: É mesmo, cara? Eu não. Eu queria mesmo era ser bicho. Não é plágio do Graciliano, não. Mas eu queria ser bicho. Desses vermelhos de sol, terra e pele rachada, dedos grossos e expressão fechada. Queria destilar instinto pela estrada. Sem poesia, sem métrica.

A: Então, poeta.

B: A gente não vive nada, aproveita pouco. Super-estima-os-sentimentos-bons-e-desaprende-a-expressar-desatino.

A: Acho que você anda amando muito pouco.

B: Pelo contrário, meu bem. Amo demais. Amo pessoas e amo meu amor pelas pessoas. Amo o antes, o durante e o depois. Amo o sexo, amo o papo, amo as brigas, amo o demais. Tô começando a odiar o meu amor.

5 Junte-se:

dietrich 21 de agosto de 2009 às 03:45  

Juntando-me assim, meio com um papo-diálogo-desabafo-poesia. Sem saber direito se está dentro da proposta e impondo um raro desamor matinal.

Nah Safo 21 de agosto de 2009 às 14:34  

'amo o demais' foi a sinceridade que salvou o dia.
brigada.

LG, o eletrodoméstico 23 de agosto de 2009 às 17:31  

Completando, We got fun and games.

Mas, eu me sinto meio B, lendo isso. E é fato cotidiano, ser poeta sem saber e achar que é sem ser.

Lindo.

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